Screening de câncer colorretal

Rastreamento de pólipos e câncer colorretal.

 
Por definição, entende-se como rastreio do CCR (câncer colorretal) a procura de neoplasias colorretais em indivíduos assintomáticos, sem história de adenoma colorretal ou câncer.  Consistindo na aplicação de provas simples, de fácil execução em grande massa populacional, com o objetivo de selecionar indivíduos que, mesmo sendo assintomáticos, devam se submeter a métodos mais específicos e de maior complexidade para a possível detecção de adenomas e de câncer precoce .
Geralmente, sintomas como sangramento, mudança do hábito intestinal, desconforto abdominal, perda de peso e anemia ocorrem em um estágio avançado ou incurável do CCR, de onde se depreende a necessidade de rastreamento dos indivíduos com lesões pré-malignas (pólipos adenomatosos). Para Habr-Gama (2005), na grande maioria das vezes, o câncer do intestino grosso não é uma fatalidade uma vez que a detecção precoce com a retirada das lesões pode  diminuir a incidência do CCR ou pelo menos aumentar as chances de cura, diminuindo as taxas de mortalidade.

O tempo estimado para o aparecimento de um adenoma, seu crescimento e transformação em tumor é superior a dez anos, período este suficientemente longo para permitirsua identificação, ressecção e, portanto, a prevenção do CCR (HABR-GAMA, 2005; SAHA et al., 2002).

A alta incidência do CCR e a diferença nos resultados do tratamento de uma neoplasia estabelecida nesse sítio anatômico, de acordo com o estádio da doença, justificam os esforços para a detecção precoce e o rastreamento na população considerada de risco para a doença.
Segundo Habr-Gama (2005), a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (ABRAPRECI) preconizão rastreamento do CCR de acordo com a estimativa de risco para neoplasia apresentada individualmente mediante avaliações epidemiológicas e de genética molecular.

Tais critérios definiram na população três grupos de risco distintos:   baixo, moderado e alto risco.
A população de baixo risco é formada por indivíduos com idade superior a 50 anos, sem outros fatores de risco para CCR.

A população de moderado risco compõe-se de indivíduos com história familiar de CCR em um ou mais parentes de primeiro grau, história pessoal de pólipo maior do que um centímetro ou múltiplos pólipos de qualquer tamanho e os indivíduos com antecedente pessoal de CCR tratado com intenção curativa.

Por fim, a população de alto risco compreende os indivíduos com história familiar de CCR hereditário na forma de polipose adenomatosa familiar (PAF); CCR hereditário sem polipose (HNPCC); diagnóstico de doença inflamatória intestinal na forma de pancolite e colite esquerda.
O protocolo de rastreamento para as populações de baixo e moderado risco recomendado pela Associação Brasileira de Prevenção ao Câncer de Intestino (ABRAPRECI) consiste em realização anual de pesquisa de sangue oculto nas fezes, seguida pela colonoscopia ou retossigmoidoscopia nos indivíduos com resultado positivo no primeiro exame.

O início do rastreamento para CCR deve ser a partir dos 50 anos.
As recomendações para indivíduos com parentes de 1ºgrau com CCR é que iniciem a prevenção aos 25 anos de idade ou dez anos antes da idade do surgimento do primeiro caso.

É recomendável que pessoas com história familiar de câncer, história prévia de neoplasia, principalmente de útero, ovário e mama ou problemas digestivos crônicos sejam submetidas a colonoscopia. Habr-Gama (2005) e Labianca et al. (2005) ressaltam que as diretrizes para detecção precoce do CCR desenvolvidas pela American Cancer Societ (ACS) recomendam o início dos testes também na idade de 50 anos, através das seguintes opções: pesquisa anual de sangue oculto nas fezes; retossigmoidoscopia flexível a cada cinco anos; pesquisa de sangue oculto nas fezes acrescida pela retossigmoidoscopia flexível a cada cinco anos; enema opaco com duplo contraste de bário a cada cinco a dez anos ou colonoscopia a cada dez anos.

Já as diretrizes européias do Advisory Committe on Cancer Prevention in the European Union aconselham que o rastreamento se inicie na faixa etária entre 50 e 74 anos com a pesquisa de sangue oculto nas fezes, reservando-se a colonoscopia para o seguimento de indivíduos com resultado de sangue oculto positivo.
Rex (2007) refere que o Colégio Americano de Gastroenterologia recomenda o uso de qualquer um destes quatro
testes de rastreamento para o CCR: enema opaco, pesquisa de sangue oculto nas fezes, retossigmoidoscopia e colonoscopia.
Recomenda, ainda, a realização da pesquisa de sangue oculto nas fezes e/ou de retossigmoidoscopia; reservando-se
a colonoscopia para indivíduos com resultados positivos desses exames de rastreio ou para aqueles indivíduos com alto rico para desenvolvimento de CCR.
Além disso, pessoas a partir de 50 anos também deveriam ser submetidas a colonoscopia como exame inicial de
rastreio, na medida em que essa instituição considera que indivíduos pertencentes à faixa etária acima de 50 anos já
possuam um risco moderado de desenvolvimento do CCR.

A rotina e experiência dos colonoscopistas trazem uma grande sensibilidade na detecção de pequenas lesões que podem ter transformação maligna ao longo dos anos, portanto quando o seu médico solicitar esse exame, não protele, adie ou ignore, sua vida pode ser salva.

Qualquer duvida nos mande um email para safpacientes@terra.com.br

Grande abraço, 

Dr. Sérgio Barrichello.

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